Texto em prosa...(Tecnodistância)

Tecnodistância


O telefone tocou. Se pudesse voltar a trás nas coisas que faço, talvez não tivesse atendido um telefone à toa, numa tarde à toa, quando caia o luar. Tenho um sexto sentido ou um “feeling” para sentimentos. Consigo notar diferenças, tons de voz e manias mudadas. Preocupação ou receio. Mas não sei saber do que se trata. Não tenho bolas de cristal. E mesmo que as tivesse, entre a curiosidade da vida e a certeza do futuro, ficaria com a surpresa.

Em alguns momentos o ideal é não falar. É ouvir. Ou mesmo ficar mudo, de ambos os lados. Olhar um olho. Olhar o outro e lembrar que no fundo a gente se entende, pode resolver e sabe resolver. É só uma questão de tentar. Mas essa proximidade teórica, que me põe ao teu lado em voz, mas não em coração e olhar, faz com que um desentendido tom de voz faça brotar mais desentendimentos onde não existia algum. As palavras, assim como os telefones e a televisão, são uma invenção humana. Podem pecar ao enviar uma informação. Podem soar errado, perder sinal ou ser mal entendida. Mas não me confundo com o teu olhar que ninguém inventou, a não ser Deus.

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