Poesia dos Outros...(Soneto)

Compartilho com os senhoritos e senhoritas um pedaço versado da minha viagem à Ouro Preto. Sempre tenho a sensação que quem escreve poesia sente as mesmas coisas, fala das mesmas coisas, mas nunca consegue ficar satisfeito e achar que fez isso bem!


Se os poucos dias, que vivi contente,
Foram bastantes para o meu cuidado,
Que pode vir a um pobre desgraçado,
Que a idéia de seu mal não acrescente!

Aquele mesmo bem, que me consente,
Talvez propício, meu tirano fado,
Esse mesmo me diz que o meu estado
Se há de mudar em outro diferente.

Leve pois a fortuna o seus favores;
Eu os desprezo já, porque é loucura
Comprar a tanto preço minhas dores:

Se quer que me não queixe a sorte escura,
Ou saiba ser mais firme nos rigores,
Ou saiba ser constante na brandura.

Soneto - Cláudio Manoel da Costa

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