Poetando...(Poeta opaco)

Poeta opaco


Cadê o traço
Deste destilado verso magro
Sem vertentes
Ou vertedouros,
Sem patentes
Ou decoro
Que nem forçado decoro.

Do brilho desta letra preta,
É opaca, eu lhes digo:
A vida desse poeta
Que tenta não opacar o brilho.

Cada desdém que faço
Guardo comigo rancor
De desdenhar uma vida magra
Mas de certa com algum valor:

Ser poeta não é pecado,
Se é, perdoe, meu Senhor,
Pois este é um dos poucos jeitos
Onde mostro, mesmo opaco,
Valor.

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