Texto em prosa...(Meu brinquedo favorito)

Meu brinquedo favorito


Outro dia estava viajando. E nas viagens parece que a gente esquece um pouco dos padrões, das horas, das certezas e de toda a desconfiança e vergonha com que tratamos todas as coisas a nossa volta.
Ao caminhar pela rua descobri um parque. Sabe aqueles parquinhos de criança? Daqueles que tem gangorra, balanço, escorregador e barreiras de ferro para escalar? Pois bem, foi um desses que eu encontrei! Me senti tão grande para escalar. Ao lado do brinquedo percebi que quase poderia pula-lo com um passo e neste momento notei de solavanco o quanto havia crescido.
 Mas na minha cabeça se reavivaram os bons momentos. Todos aqueles pedacinhos de uma infância gostosa, em que o tempo passava devagar e eu não me importava como nem quando ia voltar para casa.
Perdido neste parque eu achei um balanço, ou gangorra, não sei como você o chama. E eu gangorreei.  E a gangorra me fez sentir tão leve! Veio o mesmo frio na barriga de um sábado de sol com dez anos. O mesmo cabelo se balançou ao vento como na casa da vô aos sete, aos oito e a cada aniversário dos primos durante anos.
Me lembrei dos meus melhores brinquedos. Montei casinha em pensamento e corri atrás do meu carrinho mentalmente, relembrando aqueles míseros cinco anos de idade, que eu nem sabia saber o AEIOU.
Da graça desse momento guardo o riso. Guardo a felicidade que compartilhei com o meu amor. Guardo a vontade de ter um balanço e montar um playground em algum canto. Para quê? Para reviver a vida aos pouquinhos, com o vento no rosto e, a cada balanço, passar um ano, de uma vida toda, que se vai feliz.

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