Texto em Prosa...(Potinhos)

Olá Palotetes! Fiquei um tempão sem postar. Sabe, algumas coisas tomam mais tempo da gente que a gente imaginava. Mas a verdade é que fiz um texto hoje que gostei muito. Se chama Potinhos. Espero que vocês se lembrem de "Somos Amigos" um dos textos em prosa que fiz que mais me orgulho. Bom, Potinhos não é a mesma coisa, mas acho que vai trazer um sensação boa para vocês. Uma nostalgia gostosa e um pensamento: "O que eu guardaria em um potinho?"
Quando fiz Somos Amigos me pediram pra continuar postando prosa. Depois fiz o Diário Branco e agora escrevo Potinhos. Estou apenas seguindo ordens. Claro, ordem de vocês. =D

Espero que gostem e por favor, comentem o que acharam...

Emílio Palote Santos
Blog Palotesia.


Potinhos


Eu estava pensando hoje. Queria poder guardar as pessoas em um potinho. Um potinho para cada uma, onde coubesse o que cada uma tem de melhor. Queria guardar as pessoas. Colocá-las num vaso e enfeitar a minha casa. Eu queria sim. Queria guardar meu primeiro amor como incenso. Aquecê-lo e cheirar o primeiro beijo quando quiser.

Sou egoísta. Nesse ponto sou egoísta. Queria ter pra sempre tudo aquilo que me faz bem. Nada mais que natural, na verdade. Não precisamos mentir que não queríamos guardar as vontades. Os frios na barriga ao passar de carro pelo tobogã da rua que vai pra casa da sua vó. A risada da sua irmã, agarrada no seu pé de saudades de você.

Sabe... Recordo em um fechar de olhos o beijo que lhe dei. O dia no parque e todas as vontades que tive se tornarem reais. Eu queria colocar todo mundo num potinho. Mas queria colocar tampas diferentes. Um vermelho pra quem me deixa envergonhado. Um amarelo pra quem me deixa contente. Azul: bebê. Quem sabe um verde pra menina que me faz lembrar das estrelas? O verde combina com os olhos dela.

Mas queria mesmo guardar momentos. Queria guardar os momentos em um potinho. Mas um potinho que pudesse misturar e separar. E da mistura destilar o amor que senti, a vontade que passou, a alegria que brotou e quem sabe o medo. Até o medo tem seu valor. E a dor dói. E apesar de óbvia essa frase, sem dúvida ela é uma verdade que vai lhe fazer sentido. Não queria ter um pote de dor.

Mas pensei que guardaria um pote de saudade. Ia misturar com amor, balançar com o potinho das pessoas da família. No pote dos amigos ia misturar alegria. E guardaria tantos potes. Um monte em cada estante pra misturar, fazer incenso e reviver da vida, cada pequeno momento num respirada funda, que dá até um potinho de preguiça quando a gente acorda.


Comentários

  1. Gostaria de ter um pote que guardasse as sensações que tenho ao ler as poesias do blog e oferecer uma amostra para o autor. E que isso talvez sirva de motivação para continuar postando seus textos aqui.

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