Diário Branco...(Tempo e o convívio)

Tempo e o convívio


Acabamos por nos amigar. Não tenho por ela muito apreço. Mas as conversas agora se prolongam. Ela fala sobre toda sua vida: do namoro ao carro. Do pai à mãe. Eu me entretenho com todos os discursos. Mesmo que essa pequena menina não seja o meu bem maior, viver as suas histórias é algo encantador. Ela se perde em um namoro inconstante. Gosta da pessoa que ela quer que ele seja e não da pessoa que ele é. Uma pena os casais cobrarem mudanças um dos outros. Um pena as pessoas serem outras para conquistar. O amor devia ser uma união de vidas e não uma interseção, como tem sido há anos. 

Os dias têm passado rápido. Não tenho escrito muito sobre Alice, pois nada incrementa do que já sei dela. As conversas são derradeiras e monótonas. Nada invade a vida dela que eu não conheço. É bom saber do trabalho e como se sente no estudo. Nada perfeito, mas nada que fuja do normal que todos nós sofremos. Alice é frágil. Sua carapuça durona e forte não existe pra mim desde o dia que decidi segurá-la em meus galhos em meio aqueles olhos vermelhos de dar dó. Mas faz bem para ela se sentir e parecer forte. Mas será amargo quando tiver de chorar de novo.

Comentários

  1. E sempre chega o dia de chorar novamente


    K!

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  2. O que mais me entusiasma neste diário é que cada período define muito, mas muito... Tenho que reler muitas vezes para conseguir absorver tudo. Impressionante, é muito denso e muito fluido.

    Só uma impressão: o amor que é interseção não é amor, é paixão, e por isso acaba!

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  3. ele é bem contraditório, ao mesmo tempo que elogia, se desfaz dela...

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