Olá Palotetes!
Hoje eu demorei um milênio para conseguir chegar no serviço, pois o nosso ônibus estragou. E durante um intemperismo, com uma caneta na mão, eu acabo de prover-vos com um novo "Momento Bate Pronto". Originalmente a poesia foi feita em uma das pernas do meu uniforme e, depois, transcrita para um guardanapo antes que se manchasse de gasolina.
"Perdido da fé" é seu nome. Quem me conhece mais de perto sabe que não sou ateu. Mas não sou também teísta. Sou, nada mais que um discrente, em dúvidas e sem fé. E alguém que não tem fé não pode, de forma alguma dizer acreditar em Deus. Mesmo que essa resposta não seja realmente a mais correta. Quem sabe, um talvez? Mas nesse aspecto é díficil fazer alguém aceitar um talvez como resposta. As pessoas são muito bem treinadas para dar contra argumentos ótimos, válidos e baseados em fé. E, pela fé, não dá pra dizer sim e não. Certo ou Errado. Ela está além disso:
Perdido da fé
Quase loucura,
Ser maníaco,
Bastardo e réu.
Sou bastardo da fé,
Que meu eu abandonou
Em alguma esquina
E hoje nem creio em nada.
Nem sei de mim,
Mal tenho esperança.
Vago na vida
Lembrando a lembrança
Daquilo que esqueci
E perdi.
Talvez a fé perdida é a falsa fé.
ResponderExcluirTalvez a falta de fé seja a fé em estar certo.
Mesmo quando o certo seja não ter certeza de nada.
Talvez ao abrir mão da esperança, a fé simplesmente não faça mais sentido.
E assim, não se pode ser bastardo daquilo que não é.
O que foi já passou, e o que não se lembra mais jamais existiu.