Dos dias de hoje e de ontem
Traços abertos em uma avenida.
Riscos rabiscados no papel de seda
Que não desenham o que eu sinto,
As vezes que eu minto
Pra você e pra mim.
Cada dia sem riso,
Cada caminho esquisito que eu sigo,
Que eu faço, sem nem entender direito
Por que fazer, pra que fazer, pra quem fazer.
Vou tentar ser pra mim,
Viver pra mim,
Ser mais assim eu...
Eu...
E na avenida os carros andam
Ou tentam, no trânsito de hoje.
Em dia
De rei
Sem cavalo,
Sem princesa,
Em um feriado,
Naquelas noites compridas
Que parecem não acabar.
No engarrafamento,
Ou em um momento bom
Da vida,
Que passa rápido,
Mas compõe séculos
Em um único riso de alegria.