Banhos de lágrimas de mim
Eu disse não querer abrir,
Abri de educado,
Abri como me ensinaram
A não bater porta na cara
De nenhum alguém.
O ser adentra, adentrou,
Surgiu de mim,
Meu mim tomou.
E agora quem sou eu?
O mim que foi tomado?
O mim que ainda está guardado
Em um lugar obscuro de mim?
Quem sou que não me vejo
Sem esse ser que deixei entrar
Que domou o meu desejo,
Que de mim jurou cuidar
E se foi pela mesma porta
Pela qual deixei-la entrar
Por educação às coisas tortas,
Por não ter a quem amar?
Que solidão é mesmo essa
Que tomou de mim espaço;
Criou vácuo em minha vida,
Sufocou o meu regaço?
Ouço passos sempre ao fundo,
Eu espero você chegar
Com o chuveiro aberto no banheiro
Para não ouvirem meu chorar.
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